"Mitocôndrias são capazes de lembrar de um fator estressor por mais de 50 gerações."

Sim, é isso mesmo que você leu. A mitocôndria, aquela organela da aula de biologia responsável pela produção de energia celular, é capaz de “lembrar de um fator estressor” por mais de 50 gerações. Parece loucura, mas foi exatamente isto que os pesquisadores descobriram em um estudo com feito com nematódeos (“vermes”) chamados Caenorhabditis elegans.

Embora este estudo não tenha sido feito com humanos, há outras pesquisas que mostram que o estresse pode alterar nossos genes e a expressão epigenética. Sendo possível passar estes padrões para os nossos descendentes.

Como nem tudo é desgraça, neste estudo ao menos, os descendentes dos vermes “estressados” apresentaram maior resiliência ao stress e viveram mais tempo, embora com um desenvolvimento mais lento e menos descendentes.

Claro, é importante distinguir entre estresse saudável e bom (ou seja, a experiência de exercícios físicos ou realizar algo desafiador) versus estresse tóxico e crônico que sim pode afetar a maneira como nossos genes se manifestam.

Felizmente, há muito que podemos fazer para reverter os danos causados pelo estresse. Bons hábitos alimentares, atividade física, sono de qualidade, bons relacionamentos, abraçar quem você ama, ter um propósito de vida, meditação, respiração, ioga, aterramento ou grounding, ouvir música, brincar com seu animalzinho de estimação. E por aí vai! Mesmo quantidades limitadas de algumas dessas práticas podem levar a mudanças epigenéticas favoráveis.

Portanto, bora “desestressar” nossas mitocôndrias, pela saúde e bem estar dos nossos netos, bisnetos, tataranetos e todos os demais.

Beijos

Dra. Karla de Oliveira

CRM-SC 14398 RQE 8137

Pediatria Geral

Atendimento integrado TEA/TDAH

Modulação Intestinal

Suplementação Individualizada

Pediatria Funcional Integrativa

Fonte: Zhang, Q., Wang, Z., Zhang, W. et al. The memory of neuronal mitochondrial stress is inherited transgenerationally via elevated mitochondrial DNA levels. Nat Cell Biol 23, 870–880 (2021). https://doi.org/10.1038/s41556-021-00724-8